Monday, December 24, 2007

Mais um novo projecto :)

Dezembro tem representado uma enorme mudança na vida por estas paragens!

Os meus 3 empregos representavam mais do que poderia aguentar em termos de gestão do meu tempo e sobretudo do meu sono. O motivo pelo qual vim para cá foi a publicidade e é aí que está a minha grande paixão. No entanto, tem sido muito difícil trabalhar por cá com estabilidade nessa área. A Imagens de Marca tem tudo para crescer mas só com algum investimento, o que não é possível ou com uma equipa maior, o que também não é algo que esteja no horizonte a curto/médio prazo.

Com o final do ano lectivo e a minha pouca vontade de continuar a ser Sr. Professor por tuta e meia, decidi enveredar completamente pela Ogilvy e ir deixando a Imagens de Marca um pouco de lado, fazendo trabalhos pontuais!

Por incrivel que pareça tudo mudou após ter ido a uma entrevista para uma empresa desconhecida para mim até então!

Foram 3 entrevistas e muito paleio para aderir ao projecto da DCC.

A DCC é uma empresa ligada às novas tecnologias, líder de mercado em moçambique e representante da ACER, HP, CISCO e Logitech entre outras. Precisavam de alguém para o cargo de responsável de marketing e não sei bem porquê mas lá decidiram dar-me uma oportunidade. Enfim, os coitados deviam estar mesmo desesperados :)

Mas marcou-se aqui o final da minha era na publicidade e o meu regresso ao marketing. Espero que tudo o que aprendi no passado e nos últimos tempos aqui possa ajudar a empresa a subir ainda mais e a preparar-se para a abertura do comércio livre que começa já em 2008 com alguns produtos e que irá generalizar em 2012.

Parece que o meu objectivo de estar cá por 2 anos começa a estender-se no tempo... A ver vamos como corre...

Saturday, November 17, 2007

Como um trabalho era pouco agora tenho 3 :)

É verdade pouco após ter começado a dar aulas a Imagens de Marca foi invadida por novos pedidos de trabalho. Neste momento já trabalhamos para: BITA, uma nova empresa de formação na área da hotelaria; para a Mohawk, uma marca de tabacos que estamos a ajudar no lançamento no país; o CIP (Centro de Integridade Pública); e a YSouth, uma ramificação da IDreams na África do Sul e em Moçambique.

Pois bem foi iniciar as aulas e apareceram-me os seguintes trabalhos: para o CIP - Um relançamento da Campanha Anti-Corrupção, design do estacionário da empresa, lançamento de uma campanha pela Legalidade com Anúncio de Imprensa e dois Guias da Legalidade para inserção na imprensa, um dos quais ainda me encontro a finalizar.

Para além do CIP a Ysouth lembrou-se de se lançar agora no mercado e produzir um livro mágico, que não é mais do que uma aplicação em que vemos um livro animado num ecrã e podemos virar as páginas como se fosse um livro real. Tive de aprender a mexer em flash e aqui com a ajuda do meu vizinho Sérgio lá tenho andado a acabar isto.

A BITA, a empresa do Tiago Oliva, precisava de uma imagem e também da criação de todo o design para estacionário e metade já está produzida.

Quanto à Mohawk tem sido um trabalho mais lento pois não dá tempo para tudo mas o primeiro draft já foi enviado ao cliente e parece ter gostado. Tem sido um projecto elaborado entre mim e o Ivan, meu antigo Director Criativo na FCB.

De lado acabei por deixar um trabalho que já tinha começado para a CIM (Companhia Industrial da Matola) e que após duas imagens negadas acabei por deixar de lado.


Como os trabalhos são muito pontuais e nem sempre bem pagos tive de começar a pensar em abandonar a agência e procurar lugar noutro sitio. Por incrível que pareça dois dias depois surge anúncio no Jornal a pedir criativos para a Ogilvy. Ainda esperei mais de uma semana antes de fazer algo mas entre Imagens de Marca e a minha escola tinha de fazer algo.

Optei então por colocar de lado a Imagens de Marca e voltar a fazer o que gosto - Criar.

Bastaram duas horas desde o envio do meu Portfolio até resposta do João Santos, é o director da Ogilvy. Marcámos um encontro e passados dois dias já estávamos a discutir uma possível entrada na empresa.

Resultado - parece que não é desta que me livro da Imagens de Marca, pois neste momento estamos a funcionar como um ramo da própria Ogilvy. Já começamos a produzir para eles. O primeiro trabalho são duas campanhas para a TDM, a PT cá do sitio e o segundo é o que estou a fazer agora - uma brochura para angariação de parceiros para o lançamento da Biografia da Maria de Lurdes Mutola.

Enfim, o objectivo era ter menos trabalho e mais $ e acabei por acumular mais um trabalho. Adeus fins-de-semanas!

Bom dia Sr Professor!

Meus amigos, podem não acreditar mas acabei de descobrir o que se sente do lado de lá da sala de aula!

Por incrível que pareça neste país deixam qualquer um dar aulas, até mesmo eu.

Há cerca de um mês já estava eu farto de trabalhar sozinho na minha pequena agência, resolvi começar a procurar outros trabalhos, nunca imaginando que a sorte que me iria bater à porta fosse dar aulas a miúdos.

Para ser sincero tudo começou com um convite feito à Vânia para leccionar. No entanto, a Vânia não quis deixar de lado a Visão Publicidade, visto estarem a preparar uma gala muito importante - Ernst & Young - Empreendedor do Ano. Enfim, por causa disto e do meu excesso de tempo pelas manhãs, resolvermos ir lá e apresentar outro CV - o meu!

Pois bem, para verem como é fácil aqui estas coisas, foi sentar, mostrar a escola e passados 3 dias já era o novo professor de Relações Públicas, Higiene e Segurança no Trabalho e ainda Teorias da Comunicação, do IPCI ( Instituto Profissional de Comunicação e Imagem ).

Nesta altura devem ter ficado meio confusos e já perguntam a vocês mesmos - o que é isto de Higiene e Segurança no Trabalho e como é que este gajo vai ensinar uma coisa destas?

Para dizer a verdade, já longe iam os meus conceitos de higiene e segurança no trabalho, ao ponto de já nem ter a certeza da cadeira onde abordei isso na faculdade. Uma coisa é certa foi exactamente a primeira aula que dei e sei sequer ter tido tempo de prepará-la ou saber tão pouco que a iria dar!

Para melhorar a situação a matéria era "Ergonomia". Tempos difíceis e cinzentos se aproximavam pensei eu! Tive de puxar dos meus conceitos de ergonomia de viver anos com arquitectos e desportistas e adaptei tudo a uma situação de trabalho e puff fez-se o Chocapic!

Nunca imaginei que as aulas me corressem tão bem nem que os alunos me dessem tanto ouvidos! Tenho andado a criar rebeliões nas mentes dos miúdos que são muito muito fraquinhos! Matéria que nós daríamos numa aula por aí leva-me semanas a conseguir transmitir tudo a eles.

O ensino é uma coisa muito pobre neste país e com professores assim vê-se que irá melhorar exponencialmente!

Uma pergunta para testar os leitores : O que nos diz a Teoria Two Step Flow?

É lixado voltar a escola não é!?!?

Reportagem - Ilha de Moçambique

Ao atravessar a longa ponte do continente até à Ilha de Moçambique somos engolidos por um azul intenso do mar. É natural que a primeira impressão ao pisar o outro lado da margem seja a de que chegamos a uma cidade que foi riquíssima em outros tempos e que agora está deixada ao esquecimento.

Somos envolvidos imediatamente por um ambiente que ao principio parece estranho, estamos num espaço de terra pequeno cheio de gente com muitos monumentos antigos e muito mal conservados.

Mas no dia seguinte se for para a rua bem cedo vai descobrir uma enormidade de surpresas. Deambulando um pouco pelas ruas estreitas da Ilha vai constatar que a gentes que ali moram, para além de simples e pobres, são de facto muito simpáticas e acolhedoras. As crianças com os seus sorrisos puros e contagiantes são uma constante em todos os cantos, não se espante se lhe pedirem para tirar uma fotografia para depois verem apenas a imagem no seu pequeno ecrã digital.

A Ilha de Moçambique é uma mistura de religiões e de culturas, é o exemplo vivo de como católicos, muçulmanos e hindus podem conviver harmoniosamente. Ao inicio da manhã e fim de tarde será surpreendido pelos cânticos muçulmanos e não deixe de visitar a primeira capela católica da África Austral. A Capela de Nossa Senhora do Baluarte, construída em1522 na extremidade norte da Ilha de Moçambique, actualmente situada dentro da Fortaleza de S. Sebastião, é o único exemplar de arquitectura manuelina em Moçambique.

Em 1558 teve inicio a construção da Fortaleza de S. Sebastião, é a maior da África Austral . Esta fortaleza ganhou importância quando a Ilha se tornou no maior entreposto para troca de panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim, e pau preto de África, e era da Ilha que partiam todas as viagens comerciais para Quelimane, Sofala, Inhambane e Lourenço Marques. A desde essa altura que a Ilha de Moçambique se tornou paragem obrigatória nas carreiras da Índia, dando cada vez mais destaque a este porto estratégico. Actualmente está a ser desenvolvido um projecto para a reconstrução da Fortaleza de S. Sebastião.

No entanto, na época para além dos portugueses outros concorrentes europeus apareceram na corrida pelo controlo das rotas comerciais. Os franceses conseguiram assumir o papel de intermediários do negócio da escravatura para as ilhas do Índico, os ingleses começavam a controlar as rotas de navegação nesta região e os holandeses tentaram a ocupação da Ilha em 1607-1608 e como não o conseguiram, devastaram-na pelo fogo.

A reconstrução da vila foi difícil, uma vez que o governo colonial não existia senão para cobrar impostos e estava muito mais interessado nas terras de Sofala. Em1763 a povoação passou a Vila, esta viragem resultou da decisão do governo colonial em separar a colónia africana do Estado da Índia e criar uma Capitania Geral do Estado de Moçambique baseada na Ilha, em 1752. A Vila voltou a prosperar e, em 1810 é promovida a cidade.

A exportação de escravos era o principal comércio da Ilha, tal como a do Ibo mas a Independência do Brasil em 1822, que era o principal destino deste comércio, voltou a deixar a Ilha no marasmo. O golpe final foi a passagem da capital da colónia para Lourenço Marques, em 1898.

Vasco da Gama, Luís de Camões , São Sebastião estas personagens do imaginário da história portuguesa passaram por aqui. Estão presentes na Ilha em estátuas em sua homenagem. De facto, depois de um passeio a pé e de uma observação mais cuidada irá constatar que a grandiosidade que aquelas casas e edifícios tiveram um dia estiveram à altura de tão ilustres individualidades. Camões que viveu na Ilha provavelmente entre 1567 e 1569, escreveu:

“Esta ilha pequena, que habitamos,

É em toda esta terra certa escala

De todos os que as ondas navegamos...”.

Esta é talvez a altura ideal para passar pelo Museu da Ilha de Moçambique, muito bem conservado é um local que ajuda a reconstruir a história de Moçambique e de Portugal. Se tiver a sorte de ter um guia tão bom como eu tive ficará a perceber a ligação estreita que existiu desde essa altura e que perdura até aos dias de hoje entre Moçambique e Portugal.

O edifico onde funcionava o hospital e hoje serve de albergue a algumas famílias conserva a imponente fachada que não deixa ninguém indiferente. O edifício do Tribunal também é digno de uma visita, a igreja de Santo António mesmo encostada ao mar proporciona paisagens fantásticas, todos os cantinhos da Ilha têm algo a descobrir.

Depois, não hesite e meta-se num barco à vela que poderá encontrar facilmente no mercado do peixe e rume até à Praia das Chocas. Garanto que não se irá arrepender, para além de ter uma vista lindíssima da Ilha, as Praias das Varandas, Carruscas e Chocas com água cristalinas são inesquecíveis.

Este é de facto um lugar ideal para quem gosta de praias desertas e paradisíacas e para quem gosta de descobrir um pouco a mais de história. Este lugar deixado ao esquecimento de muitos e idolatrado por outros pode proporcionar momentos de magia simples mas carregados de simbolismo.

Características da Ilha

A Ilha de Moçambique é uma cidade insular situada na província de Nampula, na região norte de Moçambique. Esta pequena cidade foi a primeira capital do país. Devido à sua história rica e com um interessantíssimo património arquitectónico, a Ilha foi considerada pela UNESCO, em 1991 Património Mundial da Humanidade.

A Ilha tem cerca de 3 km de comprimento e 300/400 m de largura e está orientada no sentido nordeste-sudoeste à entrada da Baía de Mossuril. A costa oriental da Ilha faz com as ilhas irmãs de Goa e de Sena, também conhecida por Ilha das Cobras, a Baía de Moçambique. Estas ilhas, assim como a costa próxima, são de origem coralina.

Arquitectonicamente, a Ilha está dividida em duas partes, a "cidade de pedra" e a "cidade de macuti", a primeira com cerca de 400 edifícios, incluindo os principais monumentos, e a segunda, na metade sul da ilha, com cerca de 1200 casas de construção precária. Actualmente, a cidade é um município, tendo um governo local eleito. De salientar que este pequeno espaço habitacional tem já uma população bastante numerosa e a avaliar pelo número de crianças que encontramos ao longo da Ilha tenderá a aumentar grandemente nos próximos anos.

A Ilha de Moçambique está ligada ao continente por uma ponte com cerca de 3 km de comprimento, construída nos anos 60.

Guia do Viajante

Localização: Norte de Moçambique, Província de Nampula. A uma latitude aproxinada de 15º02' S e longitude de 40º44'E.

População: De acordo com o censo de 1997, tem 42 407 habitantes

Clima: A época das chuvas decorre de Novembro a Março é também uma época muito quente para visitar esta zona do país. O período entre Maio e Outubro é o mais propício para viajar em Moçambique a temperatura é mais amena.

Moeda: A moeda moçambicana é o Metical, e 1 Euro equivale a cerca de 34 meticais.

Língua: Português

Saúde: É aconselhável a profilaxia da malária, indispensável sobretudo na época das chuvas.

Transporte: A TAP tem ligações a Maputo com várias frequências semanais. ALAM e a Air Corridor têm voos diários para Nampula, que fica a cerca de duzentos quilómetros da costa. Para fazer este último percurso, é possível alugar uma viatura em Nampula. A melhor forma de conhecer a Ilha é a pé, com apenas 3 Km não há a necessidade de trasnporte.

Onde ficar: Para dormir, há alguma oferta de qualidade variável. Se optar pelo mais tradicional a melhor opção na Ilha de Moçambique é o Hotel Omuhitipi, situado junto ao forte de S. Sebastião. Mas se gosta de locais mais familiares e de acordo com o espírito local pode optar pelo Escondidinho, Casa Branca, ou Casa Gabriel. Para comer, aconselham-se o restaurante Relíquias, ou então o restaurante do Escondidinho que tem uma comida internacional óptima. Em ambos se pode degustar a gastronomia da ilha.



Beijinhos,
Vânia

AMIGOS!!!!

Para desbravar este deserto Moçambicano só mesmo na companhia de Amigos muito especiais!!!! Sempre podemos chorar as mágoas nos ombros uns dos outros........ E também nós divertimos bastante...............
Aqui vão algumas Fotos .................
Bem comigo ............ é mais Fotos!!!!!



Beijinhos,
Vânia

Apresentação!

Olá!!!!
Já há uns meses que ando a pensar que tenho que escrever qualquer coisa no Blog.........mas a preguiça tem sido muita.............a verdade é mesmo essa!
Bem, vocês já estão a par de algumas das aventuras que temos vivido por estas bandas............
Mas agora vamos a coisas mais de mulheres!!!! Estes pequenos contra tempos por que temos passado já eram de esperar.................. Ou alguém pensava que isto era só Rosas!!!!??!?!?! Muito pelo contrário.........estes meses têm sido cheios de Aventuras, umas más outras muito boas.............mas nós as Mulheres que somos mais fortes sabemos minimizar estes pequenos problemas que a vida nos coloca no Dia a Dia. Nós somos muito mais práticas...........por isso primeiro apresento-vos a nossa humilde casa..............assim podem ver que em África não há só casas de Palha! :) É uma Cazita simples num 2º Andar, mas onde nos sentimos muito bem....... Aqui vão umas fotos.................


Beijinhos,
Vânia

Friday, September 14, 2007

Festival de Gastronomia Moçambicana

Mais uma vez lá conseguimos fazer uns trabalhitos!

Desta vez foi todo o design de imagem para a campanha de lançamento do 1º Festival de Gastronomia Moçambicana!

Sendo um trabalho efectuada como consultoria para outra agência tivemos certas limitações pelo que fizemos o nosso melhor :)

Segue o primeiro Anúncio totalmente caseiro feito pela Imagens de Marca...





Tuesday, September 11, 2007

A história do Paiol

Sendo Moçambique uma terra onde tudo acontece e ninguém se culpa não é de estranhar que um assunto consiga ser tão importante e problemático e ao mesmo tempo fácil de esquecer!

Vamos resumir a 3 os episódios do Paiol.

Episódio 1:



A 28 de Janeiro, Maputo foi abruptamente colhido por vários estrondos, na sequência de um incêndio e explosões que se registaram num paiol localizado nos arredores da capital do país. O incidente provocou pânico geral nos bairros circunvizinhos, nomeadamente Malhazine, George Dimitrov e Zimpeto, cujas populações repentinamente viram estilhaços caírem nos seus quintais. Os danos causados por este incêndio são de pouca monta, havendo, no entanto, a registar três feridos ligeiros, um militar e dois civis, que foram imediatamente transportados para o Hospital Central de Maputo. Os meios de comunicação resumiram a isto a noticia e declarações dos orgãos de estado: "Segundo explicações dadas pelo Ministro da Defesa Nacional, Tobias Dai, elas ocorreram numa área restrita adjacente ao paiol e terão sido originadas pelo calor, que provocou a combustão, já que se trata de material obsoleto e sensível a explosões. A rápida intervenção dos militares e dos bombeiros evitou que o incêndio tomasse proporções alarmantes."

Ok tudo bem, umas bombas a explodir e tal, não há mortos nem nada. A coisa apesar de grave faz-se de conta que não é!

Episódio 2:



Como um azar nunca vem só e porque aqui depois de uma desgraça como a última faz-se de tudo para que nunca mais aconteça, tudo se voltou a repetir!

"Maputo, 23 Março de 2007 - A explosão de um paiol do Exército em Maputo, ontem, causou pelo menos 74 mortos, segundo informou hoje o ministro da Saúde, Ivo Garrido.

Do total das vítimas, 67 foram confirmadas no hospital central de Maputo. Outras sete morreram no centro clínico José Macamo.

Calcula-se que 300 pessoas estejam feridas."
Apenas dois meses depois tudo se voltou a repetir e desta vez parecia não dar para tapar com a peneira.

Foi de longe o dia mais assustador desde que cheguei a Maputo e foi também de longe uma das experiências mais incriveis por que passei. Só quem cá estava pode sentir o impacto e estrondo produzido pelas explosões a menos de uma dezena de Km e ver o caos que se gerou enquanto uma nuvem negra de fumo cobria o céu e estilhaços eram projectados na cidade! Com tudo isto e depois de uma primeira burrice na manutenção de armamento tudo se voltou a repetir e com as mais graves repercusões. Não fosse isto o terceiro mundo e nunca se preveria que o Ministro da Defesa tivesse como tomada de posição o seguinte discurso: "a causa da explosão no maior paiol da capital moçambicana pode ter sido o intenso calor em Maputo nos últimos dias. As temperaturas têm superado os 30 graus"

E pronto aqui está - nada mais foi dito por um senhor que nunca chegou a ter o seu lugar em risco. Nunca ousou por o lugar à disposição e enquanto morriam pessoas e explodiam montras e hospitais nas zonas mais próximas ele dava uma entrevista na TV do Estado só para dizer que tá calor e as coisas explodem.
O Presidente esse pediu calma e seneridade para resolver a situação - Claro que toda a gente estava serena não acham?!?!


Episódio 3:



Com o passar dos dias lá se foram colocando os milhares de explosivos e ogivas ainda perdidos em recantos da cidade e dos bairros vizinhos ao Paiol e juntando como quem junta tijolos para fazer um muro. As condições de transporte de munição são no minimo ridiculas e toda a gente se pergunta como é possivel ainda não ter explodido nada! Pois bem dois meses depois a magia acontece. A 31 de Julho esta foi a noticia:

"Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, hoje, na sequência da explosão de um camião contendo engenhos militares que eram transportados do Paiol de Malhazine para destruição no distrito da Moamba.

Dos cinco feridos, três estão internados no Hospital Central de Maputo em estado grave.

A explosão dos engenhos militares aconteceu por volta das 07:30 minutos desta terça-feira no interior da Base Aérea de Mavalane, em Maputo, quando a viatura fazia manobras de rotina estabelecidas pelo processo de destruição.

De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional, Joaquim Matarruca, houve algum erro naquele local que motivou a explosão, no entanto, até agora não há dados detalhados sobre o que terá acontecido concretamente.

Como resultado da explosão, o gabinete do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, a escassos metros do local do incidente, e uma `mini-bus´ ficaram parcialmente danificados.

Os residentes do Bairro do Aeroporto `B´ acordaram sobressaltados devido à onda de choque causada pelos engenhos militares. Em alguns quintais foram encontrados destroços dos engenhos, que causaram estragos em algumas residências.

Um comunicado do Ministério da Defesa Nacional dá conta de a explosão ter provocado ferimentos a quatro militares e que `para além da destruição do camião, o incidente danificou algumas infra-estruturas que se situam na Base Aérea de Mavalane´."

Por incrivel que possa parecer nunca ninguém foi inquirido nem nos meios de comunicação social, nem na praça pública nem num tribunal, ou nenhum despedimento ou pedido de desculpas foi emitido por parte do governo.

Acordei com o som da explosão a mais de 8 Km de distância pelo que podem imaginar o estrondo!

Episódio Antigo e Esquecido:

Em 1985, em plena guerra civil entre o Governo e os rebeldes do antigo Movimento Nacional Moçambicano (Renamo), o mesmo paiol explodiu, deixando 12 mortos e causando o pânico entre os habitantes da capital do país.

Enfim tudo normal e habitual!!!!!

Monday, September 10, 2007

Imagens de Marca Factura

Apenas dois meses depois de dar inicio da este projecto já conseguimos ganhar dois concursos! Apesar de andar um bocado lento na angariação de clientes lá vou conseguindo aos poucos uma e outra empresa para persuadir!

Para os amantes da publicidade vão a outros sites da especialidade. Para os comuns mortais que até gostam de ver um ou outro anúncio, mesmo que médio ou mediocre podem continuar por aqui e ver o anúncio que fiz para o CIP - Centro de Integridade Pública em Moçambique. Foi a primeira campanha da Imagens de Marca e ganhámo-la em concurso contra outras agências da praça.

O segundo concurso em que estamos classificados, ainda não nos informaram da nossa posição mas acho que isto é tão bom que até há prémios para segundo e terceiro classificados, pelo que menos mal :)

Fora isso estamos a desenhar a campanha do primeiro Festival de Gastronomia Moçambicana, que vai ser realizado aqui em Maputo nos dias 22 e 23 de Setembro.

Informo que tem sido uma luta constante para aprovar cada artigo para o Ministério do Turismo. Se querem coisas originais e que funcionem nunca trabalhem para o Estado - fica aqui o aviso!!!

De resto estamos em contacto com BCI, o segundo maior banco cá do sitio, a Total (combustiveis), G4S (empresa de segurança) e Socremo ( uma agência de Microcrédito ) para além de anúncios e campanhas ocasionais que vão surgindo.

A ver vamos como diz o cego!!!


Thursday, July 12, 2007

Nasceu uma agência!

Imagens de Marca é um nome muito comum entre o pessoal de comunicação, marketing e publicidade. Todos os que estudaram uns anos na área conhecem o termo e o seu significado, outros conhecem um programa com o mesmo nome. Pois bem em Moçambique isto é sinónimo de Agência de Publicidade, ou pelo menos é isso que esperamos que venha a acontecer nos próximos tempos pois é o nome que demos à nossa nova empresa de comunicação e imagem!

Monday, July 2, 2007

Artesanato de Maputo


Quem chega a Maputo dá de caras com um artesanato único e fantástico que vos irá fazer as delicias. Tal como noutros locais do mundo como India, Marrocos ou Tunisia, também aqui se regateiam os preços. Seja na rua, lojas, renda da casa ou preços de carros, aqui tudo se vende ou compra por metade do preço inicial.

Claro que para quem não tenha prática ou esteja cá por uns dias será difícil saber exactamente o valor das coisas nesta terra.

Para um português que venha de férias a esta cidade, 30 euros por uma pintura feita a mão com cerca de 1 metro e 20 de largura será um preço acessível, tendo conta visto o trabalho que deve dar algo do género. Para que saibam existem centenas de artistas de rua em Maputo e para os locais nenhuma pintura do género, vulgo Batik, valerá mais que 10 euros, ou seja 350 meticais.

Bastaria que vendessem uma pintura por dia a 30 euros, cerca de 1.000 meticais para ganharem numa semana cerca de 5 salários mínimos nacionais.

Portanto meus amigos que pensem vir ao Maputo, não se entusiasmem com os primeiros preços que vos lançarem aos ouvidos, pois apesar de parecer pouco pode criar uma subida dos preços e do poder de compra generalizada o que nos pode lixar aqui a nossa vidinha!

Regateiem o que for preciso até aos preços mais ridículos que vos vierem à cabeça pois ainda assim alguém ficará a ganhar com o negócio e sinceramente não serão fosses.

Mas como nem tudo são rosas preparem-se para andar com dezenas de tipos colados à vossa volta a gritar para que comprem o que tiverem a vender. Cada negócio feito é sinónimo de dinheiro para voltar a casa e para comer mais um dia, por isso espera-vos verdadeiras batalhas na rua com discussões à mistura que depressa vos irá deixar saturados.

Enfim, venham e conheçam uma festa de preços baixos de meter inveja à Feira Nova ou Continente.

Saturday, June 30, 2007

Malaria ou não!?!

A meio do mês de Abril duas surpresas me tomaram de assalto por estas paragens.
A primeira veio de avião 4 dias antes do meu aniversário. A minha mãe aterrou de surpresa e ia acabar por ser ela a ter a surpresa de ver o filho a viver neste país único :)!
A segunda surpresa apanhou-me dois dias depois dos meus anos.

Acordo num belo dia de manhã sem me conseguir mexer. Dores de cabeça, braços, corpo todo. Enfim, lá me levantei e me fiz à estrada. O problema é que as dores continuavam e acabei por não aguentar e as minhas crises de Crohn lá voltaram. A inicio foi o que pensei, no entanto com o avançar do dia eu lá ia piorando e a febre começou a aparecer.

Para não variar muito e porque os sintomas eram semelhantes lá fui eu para a clinica 222 fazer o belo do teste da malária. Uma hora de espera e o resultado que esperava - nada de malária.

Pois bem lá voltei para casa e mais uma vez a situação continuou a piorar. Entre Ben-u-rons e cházitos fui-me indo abaixo e comecei a delirar.

Não podia ser normal na doença de crohn. Ora bem voltei novamente à 222 de urgência para ser atendido. Claro que novamente me pediram exames de malária e desta vez uma analise ao sangue.

Pois nada no teste da malaria mas o exame às plaquetas davam-nas como estando em niveis muito baixos. Segundo a médica deveria ser malária mas tinha de esperar para aparecer no teste ou para as plaquetas continuarem a baixar.

E foi o que fiz. Passei uma noite de pesadelo onde delirei e delirei, a febre continuava a subir e no outro dia voltei a fazer mais um teste de manhã, desta vez numa outra clinica, onde o teste voltou a dar negativo e onde as plaquetas estavam mais baixas novamente.

Farto da situação e desesperado por não saber o que se passava, voltei para casa e continuei a aguentar na esperança de ser somente uma gripe ou uma crise mais forte. Nada disso, piorei ainda mais e desta vez ja me custava estar de pé.

Pela noite de regresso mais uma vez à clínica 222 fui atendido por um outro médico e novos exames foram feitos. Como tudo dava negativo e as plaquetas continuavam a descer perguntei se seria possivel que fosse malária, pois segundo uma colega dele na vespera era quase certo que se houve-se nova queda de plaquetas que fosse malária.

Ignorou-me, mandou-me para casa e disse que era constipação. A minha mãe estava comigo na sala e queria perguntar mais coisas ao médico. Tive de explicar-lhe que há dois tipos de médicos neste país - os que sabem o que estão a fazer e os que fazem que sabem.

Mal sai do gabinete dirigi-me à recepção e procurei marcar consulta de urgência com a Dra. Eva, a mesma que me atendera na vespera. Pois bem ela não estava disponivel e dirigiu-me para outra Dra. Paula.

Ligaram-me durante a noite a confirmar uma consulta de urgencia devido à minha doença de crohn e ao facto de nem saberem que medicamentos me dar para a malária visto poderem piorar ainda o meu estado.

Ora bem, dia seguinte voltei para mais exames e nova consulta com a Dra Paula. Fui atendido e depressa me fez acreditar que o meu problema era realmente malária. Sim estava com malária, apenas não tinha progredido para fora do fígado e por isso não se encontrava nos testes.

Consultei médicos por todo o lado aqui e em Portugal e sinceramente todos me pareceram perdidos quanto ao que tomar neste caso. Tive de confiar na médica e lá comecei a tomar a minha cura.

Poderia pensar-se que o rapaz aki ficaria melhor imediatamente mas mais surpresas continuaram a acontecer. O meu organismo começou a combater o virus e o proprio medicamento começou a debilitar a minha doença de crohn. Resultado no dia seguinte tive cólicas como não tinha à anos. Dei comigo a gatinhar pela casa e a contorcer-me com dores. Foi horrivel mas ca estou eu.

Ainda regressei nesse dia à clinica e fui atendido por dois médicos em simultaneo - um no consultório e outro que já trazia da rua, Dr Hugo, conhecido de um grande amigo também conhecido opr ai, o Vasco.

O Vasco está na Cooperação Portuguesa e para além do trabalho de apoio social que tem vindo a desempenhar ainda me ajudou com isto.

Foi uma loucura ter um médico a atender e outro de consultor a contrapor as ordens do outro.

Resumindo, a malária estava a passar mas a minha doença a piorar.

Isto coincidiu com a minha viagem de urgencia a africa do sul para tratar do visto. Foram 15 dias para esquecer em que a Malária passou a fazer parte da minha vida.

Agora já temos uma rede mosquiteira ca por casa, prenda dos meus colegas da boa vida cá do sitio e continuamos com a maior colonia de mosquitos que deve haver no Maputo.

Enfim, safei-me desta...

Thursday, June 28, 2007

Back to bussiness

Depois de estar uns 15 dias sem sair de casa e a fugir de tudo o que eram bébés comecei a pensar na minha vidinha outra vez e achei que estava na altura de fazer algo!

Pois bem como a Golo tinha-me posto de lado decidi colocá-los tb de lado e ataquei as Agências concorrentes com mais relevo no mercado. Fiz novos portfolios e entreguei pessoalmente em cada uma das que achei mais significantes. 1 para a Ogilvy, 1 para a DDB e outro para a FCB.

Pois bem das 3 empresas fui chamado por 2 e por sorte do destino acabei por escolher a Publicita FCB, uma empresa com algumas tradição na publicidade em Moçambique e que tinha estado em anos anteriores bem posicionada ao lado da GOLO nas galas de entregas de prémios.

Arrisquei e aceitei um ordenado bem simpático inicial com promessa de aumento passados 3 meses. Como emprego tinha o cargo de Criativo Sénior numa empresa que aparentava ter uma carteira de clientes bem recheada.

A Vânia por sua vez começou passado algumas semanas numa empresa concorrente, Visão Publicidade, como Account.

E enquanto esperávamos que o mês acabasse e os nossos ordenados chegassem fomos procurando casa, começando a criar a nossa empresa e a preparar os processos para dar entrarda do contracto de trabalho, no ministério, com vista a obtenção de visto de residência.

Escusado será dizer que o meu contracto foi atrasando e atrasando, o ordenado foi atrasando e atrasando e o meu visto acabou por caducar após umas quantas viagens a África do Sul.

O dia em que ficamos retidos na Fronteira foi o ponto de viragem e onde começamos a ver a nossa vidinha andar para trás!

Um carimbo de improrrogado fez com que andássemos feitos malucos nas semanas seguintes por forma a regularizar os contractos e a nossa situação aqui.

Enquanto a FCB me ia enrolando o processo lá fomos pondo em pratica a nossa solução da empresa de forma a podermos continuar por ca. Caso contrario teríamos de sair do pais novamente.

E conseguimos obter licenças provisórias para a criação da empresa. No ultimo dia que dispúnhamos regressamos ao consulado Moçambicano a Neslpruit, uma cidade perto da Fronteira já na vizinha África do Sul.

Apesar da nossa esperança o carimbo da fronteira e a falta de alguns documentos não nos garantiram o visto de trabalho e ainda nos pioraram a situação pelo que nos deram 30 dias certos para resolver a situação no ministério do trabalho, caso contrario enviariam a nossa informação para a migração e seriamos deportados.

Aqui a coisa não ficou facil e tive de apertar ainda mais na FCB pelo andamento do contracto. Por esta altura já estava numa casa arrendada há 2 meses e sem nunca ter recebido um centavo que fosse na FCB.
A Vãnia por sua vez estava a receber bem menos do que akilo que negociara e mal dava para os gastos correntes.

Passados quase três meses a FCB lá decidiu enviar os meus papeis do contracto para o ministério do trabalho e deram-me o contracto para que o levasse ao consulado, para regular a situação. Foi a última vez que trabalhei na FCB. Fazia exactamente 3 meses que tinha entrado juntamente com uma colega portuguesa, a Maria e ainda so nos tinham pago os primeiros 10 dias de trabalho.

Por sorte a empresa que formei com a Vânia ficou legalizada e regressamos a Nelspruit cheios de papeis e contractos para nos darem o visto. Após muita conversa e muito fé obtivemos o visto através da nossa empresa e pela apresentação do mesmo papel que nos tinham recusado no mês anterior.

É ridiculo como o primeiro papel que levamos nos mês anterior foi a coisa mais importante desta vez e sem o qual não nos dariam o visto, mas enfim lá o conseguimos.

A doença dos putos

Com 25 anos seria altura para ter juizo não acham?

Quando vim para cá levei vacinas contra febre amarela, sarampo, preventivo da malária, febre tifóide entre tantos exames e reforço de medicação para a minha querida doença de estimação que nunca imaginei que fosse passar mal devido a uma doença de putos.

10 dias dps de ter chegado ao Maputo inscrevemos-nos num ginásio para ir queimando o tempo e umas calorias a mais, mas como o orçamento era curto e os ginasios caros acabamos por descobrir um ginasio bem perto de nós no liceu local.

O preço eram uns miseros 500 meticais (15 euros) e aproveitei.

Passados 15 dias a ir lá com pouco regularidade acabei por cair à cama com febre e nauseas. Primeira suspeita - o tipo tá com malária.

Bem foram dias loucos onde fiz 3 testes de malaria em 3 clinicas diferentes, fui a uma clinica especial a africa do sul onde nem conheciam a doença de crohn e me receitaram so porcaria, e ainda imaginem me atenderam por telefone pois o médico especialista não podia vir e acharam que não era grave.

Epá so passados 4 dias tive a confirmação do que realmente era - papeira- é claro que o meu aspecto de cara à esquilo tb ajudou a demonstrar o que se passava mas não aconselho a ninguém a poder ter este tipo de coisas com a minha idade - sobretudo os gajos ok!

Resumo da nossa vidinha! (parte 2)

Foram uma loucura os primeiros dias aqui! Tudo novidade, tudo diferente, tudo tão estranho.
Os dias passaram a correr e no dia 5 de Janeiro lá começou a nossa luta para arranjar trabalho.

A principio a vinda para Moçambique já estava acordada com a agência de publicidade GOLO, uma agência com 50 anos de história e sem dúvida um dos maiores nomes da publicidade em toda a África Austral.

Mal podia esperar por começar a trabalhar na minha área de eleição. Pois bem, foi com um sorriso nos lábios e um nervoso miudinho que lá fomos para a primeira reunião com a simpática Dona Flávia. Uma senhora com a qual tinhamos acordado tentar a nossa sorte durante alguns tempos e que nos recebeu como ninguém.

No final da entrevista tanto eu como a Vânia ficamos satisfeitos tanto com o espaço como com a possibilidade de marcar nova entrevista para acertar pormenores, visto o Thiago Fonseca ainda se encontrar de férias.

O Thiago Fonseca, é o director criativo desta agência e neto da D. Flávia, a dona desta empresa. Apesar de ter nascido Tiago a publicidade influenciou-o de tal forma que acabou por acrescentar um "h" ao nome para se confundir com algumas dezenas de publicitários brasileiros.

O que se passou de seguida foi ainda melhor pois na segunda entrevista com a responsável pelo departamento de atendimento tudo nos levou a crer que estava por dias a nossa entrada na empresa e somente faltava a última autorização do Thiago e acertar os valores a receber.

Pois meus amigos até hoje estou à espera de um telefonema da GOLO pelo menos para informar que não iriam contar comigo e que seria prudente procurar emprego noutro local.

Durante 1 mês contactei-os semanalmente para marcar a última reunião com o Thiago e após várias desculpas lá acabei por produzir e entregar dois portfolios em CD e impressos, mais CVS e uma dúzia de chamadas não respondidas.

Sem nunca ter desistido de tentar já me começava a fartar de estar parado e em casa sem nada para fazer. Estar nesta terra sem carro é impossível.

Por sorte lá um aconteceu algo que iria animar a nossa vidinha por aki...

Wednesday, June 27, 2007

Resumo da nossa vidinha! (parte 1)

Chegámos em Dezembro a este lindo e maravilhoso país, tendo aterrado neste belo prado de prédios amontoados entre o verde das Acácias e os milhares de depósitos de lixo a céu aberto.
A primeira experiência de quem aterra num país Africano onde estão cerca de 38º e uma humidade assustadora, depois de sair de um pais onde está um frio de morte é sem dúvida uma das recordações que vou manter para a vida.

A primeira imagem que guardei comigo foi no instante que saí do avião - uma parede de calor indiscritivel fez-me retirar quilos de roupa que trazia vestido em fracções de segundos e ficar a transpirar e a arfar durante mais de 30 minutos.

A minha primeira idea foi - já cheguei agora onde posso cair e morrer. honestamente nunca imaginei passar tão mal com o calor e já imaginava viver assim todos os dias enquanto cá continuasse. Sorte a minha que era este um dos dias mais quentes do ano e que o meu corpo lá se foi adaptando ao fresquinho.

O que se passou a seguir vou guardar só para mim pois acho que todos os que cá vierem merecem ter a surpresa que é encontrar algo de tão diferente de tudo. Todo o significado de feio e bonito, de limpo ou sujo e de ser pobre ou ser rico ganham outros contornos que não dá para explicar.

Isto é mesmo outro mundo e a diferença só a notei nesta mesma semana, em Julho quando finalmente instalei TV Cabo e vi pela primeira vez em meses anúncios e programas nacionais. Meus amigos que estais nas europas - vocês estão num planeta tão distante quanto a vossa imaginação o permitir.

Fora isto, os meus primeiros dias de adaptação foram de imediato para assimilar o panorama Moçambicano.

Em 3 dias já tinha ido ao mercado do peixe, comido Matapa e Chima, testiculos de cabrito e sido levado para quintas no meio do nada onde a civilização parece ter parado à cerca de 100 anos.

Posso-vos dizer que adorei e que se não fosse a minha tripa ainda agora só comia manga, caju e camarão com fartura.

Resumo da nossa vidinha! (intro)

Não acredito que já passaram 6 meses desde que chegámos a Maputo. Parece que foi ontem e ao mesmo tempo já temos histórias que dão para uma vida!

Por minha culpa e dos acontecimentos que vos vou contar só agora pude cumprir com o prometido e trazer-vos este diario de emigrante.

Como o inicio fica sempre bem numa história é mesmo por ai que vou começar. Agarrem-se bem aos bancos que a história é longa e me perdoem os pormenores esquecidos mas os traumas tendem a enterrar-se lá fundo no inconsciente e lá devem permanecer por esta hora.

Monday, February 26, 2007

Olá Povo que me haveis esquecido!!!

Está aí o arranque do meu diário pelas terras africanas de Moçambique.

Chegado à apenas 2 meses deixem-me que vos diga que tem sido uma verdadeira aventura viver neste país. Desde problemas com policia, corrupção e doenças esquisitas, já vivi de tudo.

Nos próximos dias vou actualizar a minha progressão aqui pela terra da Papaia e contar como se trabalha numa agência de publicidade e se vai passando o tempo neste país incrivelmente diferente de tudo o que é Civilização Europeia.