A meio do mês de Abril duas surpresas me tomaram de assalto por estas paragens.
A primeira veio de avião 4 dias antes do meu aniversário. A minha mãe aterrou de surpresa e ia acabar por ser ela a ter a surpresa de ver o filho a viver neste país único :)!
A segunda surpresa apanhou-me dois dias depois dos meus anos.
Acordo num belo dia de manhã sem me conseguir mexer. Dores de cabeça, braços, corpo todo. Enfim, lá me levantei e me fiz à estrada. O problema é que as dores continuavam e acabei por não aguentar e as minhas crises de Crohn lá voltaram. A inicio foi o que pensei, no entanto com o avançar do dia eu lá ia piorando e a febre começou a aparecer.
Para não variar muito e porque os sintomas eram semelhantes lá fui eu para a clinica 222 fazer o belo do teste da malária. Uma hora de espera e o resultado que esperava - nada de malária.
Pois bem lá voltei para casa e mais uma vez a situação continuou a piorar. Entre Ben-u-rons e cházitos fui-me indo abaixo e comecei a delirar.
Não podia ser normal na doença de crohn. Ora bem voltei novamente à 222 de urgência para ser atendido. Claro que novamente me pediram exames de malária e desta vez uma analise ao sangue.
Pois nada no teste da malaria mas o exame às plaquetas davam-nas como estando em niveis muito baixos. Segundo a médica deveria ser malária mas tinha de esperar para aparecer no teste ou para as plaquetas continuarem a baixar.
E foi o que fiz. Passei uma noite de pesadelo onde delirei e delirei, a febre continuava a subir e no outro dia voltei a fazer mais um teste de manhã, desta vez numa outra clinica, onde o teste voltou a dar negativo e onde as plaquetas estavam mais baixas novamente.
Farto da situação e desesperado por não saber o que se passava, voltei para casa e continuei a aguentar na esperança de ser somente uma gripe ou uma crise mais forte. Nada disso, piorei ainda mais e desta vez ja me custava estar de pé.
Pela noite de regresso mais uma vez à clínica 222 fui atendido por um outro médico e novos exames foram feitos. Como tudo dava negativo e as plaquetas continuavam a descer perguntei se seria possivel que fosse malária, pois segundo uma colega dele na vespera era quase certo que se houve-se nova queda de plaquetas que fosse malária.
Ignorou-me, mandou-me para casa e disse que era constipação. A minha mãe estava comigo na sala e queria perguntar mais coisas ao médico. Tive de explicar-lhe que há dois tipos de médicos neste país - os que sabem o que estão a fazer e os que fazem que sabem.
Mal sai do gabinete dirigi-me à recepção e procurei marcar consulta de urgência com a Dra. Eva, a mesma que me atendera na vespera. Pois bem ela não estava disponivel e dirigiu-me para outra Dra. Paula.
Ligaram-me durante a noite a confirmar uma consulta de urgencia devido à minha doença de crohn e ao facto de nem saberem que medicamentos me dar para a malária visto poderem piorar ainda o meu estado.
Ora bem, dia seguinte voltei para mais exames e nova consulta com a Dra Paula. Fui atendido e depressa me fez acreditar que o meu problema era realmente malária. Sim estava com malária, apenas não tinha progredido para fora do fígado e por isso não se encontrava nos testes.
Consultei médicos por todo o lado aqui e em Portugal e sinceramente todos me pareceram perdidos quanto ao que tomar neste caso. Tive de confiar na médica e lá comecei a tomar a minha cura.
Poderia pensar-se que o rapaz aki ficaria melhor imediatamente mas mais surpresas continuaram a acontecer. O meu organismo começou a combater o virus e o proprio medicamento começou a debilitar a minha doença de crohn. Resultado no dia seguinte tive cólicas como não tinha à anos. Dei comigo a gatinhar pela casa e a contorcer-me com dores. Foi horrivel mas ca estou eu.
Ainda regressei nesse dia à clinica e fui atendido por dois médicos em simultaneo - um no consultório e outro que já trazia da rua, Dr Hugo, conhecido de um grande amigo também conhecido opr ai, o Vasco.
O Vasco está na Cooperação Portuguesa e para além do trabalho de apoio social que tem vindo a desempenhar ainda me ajudou com isto.
Foi uma loucura ter um médico a atender e outro de consultor a contrapor as ordens do outro.
Resumindo, a malária estava a passar mas a minha doença a piorar.
Isto coincidiu com a minha viagem de urgencia a africa do sul para tratar do visto. Foram 15 dias para esquecer em que a Malária passou a fazer parte da minha vida.
Agora já temos uma rede mosquiteira ca por casa, prenda dos meus colegas da boa vida cá do sitio e continuamos com a maior colonia de mosquitos que deve haver no Maputo.
Enfim, safei-me desta...
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2 comments:
Tu andas cá com uma sorte dos diabos... primeiro papeira depois malária, afinal de contas o que te falta para além disto e da tua crónica doença? Não deve faltar muita coisa nesse capitúlo do teu curriculum.
Só espero que tirando essas aventuras e desventuras continues a gostar de estar por aí (isso já quase que parece um autêntico livro de quadradinhos do Tim Tim).
ola sergio e companhia limitada o k te faltara acontecer mais ve la pa. Tu escreves muito bem sim senhor tu pensavas k ir viver para ai k era a mesma coisa isso e k era bom. Nao e bom ser emigrante em africa rsrrsrrsrsrsrs claudia garcia tua prima
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